Um país sem horizontes
Preocupam-me seriamente as tendências de voto reveladas pela generalidade das sondagens: em Portugal cresce e predomina um pensamento de esquerda mais ou menos primário, mais ou menos radical. Nos dias que passam qualquer propósito de liberalização da economia, de incentivo ao mérito ou à iniciativa privada é pura veleidade. O pior de tudo é que a crise internacional parece ter legitimado na cabeça de muitos um crescente peso do estado na vida das pessoas, tornando o desafio da modernização do país um sonho ainda mais longínquo. Do Estado dependem as empresas, os empregos, as artes, as minorias, as maiorias, os agricultores, a educação, os professores, os costumes, os funcionários e a boa ordem. Esta é a grande asfixia nacional.
Esta é uma maldição que cem anos de república só conseguiram acentuar: somos um pobre país de um povo pobre, rude, ressabiado e dependente. Terreno fértil duma medíocre oligarquia que disto tudo se alimenta e que há muitos anos se governa.