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Arquivo Rua Direita

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31
Jul09

A crise do desemprego (II)

Carlos Martins

Ainda em relação à crise do desemprego:


 


Não posso deixar de declarar a minha absoluta estupefaçao pelo assombro aumento de salários que este Governo concedeu à função pública. Não só foram ridiculamente acima da inflação, como são insultuosos para toda uma força de trabalho contributiva que paga os seus impostos e vê ameaçado o seu posto de trabalho diariamente. 


 


Numa verdadeira economia de mercado, um emprego que tenha mais segurança deveria,, ceteris paribus e conceptualmente, ser pior remunerado. Em Portugal os funcionários públicos são os menos produtivos, com menos horas de trabalho e melhor remunerados de toda a população activa. Como são tantos, ninguém se revolta. 


 


Meus amigos, não há solução para o País enriquecer: temos que trabalhar melhor!

31
Jul09

A crise do desemprego

Carlos Martins

Sob todas as perspectivas estatísticas possíveis, Portugal atingiu o maior nível de taxa de desemprego dos últimos 10 anos. Mas o que os números estatísticos escondem, é um cenário ainda mais dramático, em várias vertentes da realidade económica:



 


i) Se, apesar de tudo, a taxa de desemprego portuguesa se encontra na média europeia (com economias como Espanha, Reino Unido, e Países de Leste), interessa perceber que tipo de desemprego existe, e acima de tudo, como poderá servir para, por um lado, potenciar o relançamento económico pós-crise, e por outro, para tornar as empresas mais eficientes.


 


O problema é que o desemprego em Portugal se deve muito a fecho e falências de industrias obsoletas e não competitivas, com recursos humanos pouco qualificados e pouco flexíveis, que não vão permitir relançar a economia em sectores mais competitivos no futuro; por outro lado, há o enorme peso dos jovens desempregados, que foram habituados a uma política educativa de facilitismo, não foram incutidos valores de empreendedorismo e tiveram um reality check absolutamente brutal de uma economia que não só nao cria empregos suficientemente sofisticados para absorver esta força qualificada, como não é suficientemente dinâmica para se adaptar e crescer de acordo com o nível de gastos anuais em educação das últimas décadas. Claro que convém ressalvar (felizmente numerosas) excepções de muitos jovens que foram contra a corrente instalada. Mas embora numerosas, continuam a ser excepções.


 


ii) Outra questão relevante é o número de desempregados "não oficiais", encoberto por manobras legais (??) governamentais de exclusão do número oficial via um sem numero de artificios perfeitamente detestáveis, reprováveis e eleitoralista. O que faz crer que o verdadeiro número do desemprego em Portugal estará bem mais próximo dos 11%/ 12%...


 


iii) Uma questão interessante é a produtividade em Portugal e dos portugueses. E faço esta distinção porque é interessante verificar que a produtividade dos portugueses que trabalham fora de Portugal é consideravelmente superior à dos que trabalham por cá. Pior (ou melhor do ponto de vista da esperança...), os trabalhadores portugueses lá fora sejam altamente qualificados ou pouco qualificados, são geralmente considerados excelentes colaboradores, com inumeras capacidades e qualidades intelectuais e humanas. E pouco protestantes! Algo de errado se passa por cá... 


 


A produtividade é, para mim, a questão central na resolução dos problemas da nossa economia. A exigência constante de melhorias salariais é perfeitamente ridicula se pensarmos que o aumento salarial DEVE estar relacionada unicamente com ganhos marginais de produtividade. Ora, estes ganhos marginais tem sido negativos ao longo dos anos. Em suma, trabalhamos pior e queremos ganhar mais. É impossível enriquecer assim.


 


 iv) Por último, e não sendo politicamente correcto, o desemprego atingiu porventura aqueles que ainda assim são mais produtivos. Sejamos claros, Portugal detém uma enorme massa gorda e opulenta na população activa concentrada no funcionalismo público, que não querendo generalizar ofendendo, é demasiado obvio para negar. Os funcionários públicos são pouco produtivos e isto acontece tanto na parte do numerador do rácio (o que produzem) como no denominador (a quantidade de trabalhadores). O Estado até pode não ter que ser minimalista (embora eu considere que sim), mas tem a obrigação para com os contribuintes de ser eficiente.


 



 

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