CDS, o Liberalismo, a Saúde e ainda os Debates (2)
Nos últimos debates, bem como nas últimos encontros entre representantes dos partidos, como foi caso do Prós e Contras de ontem, tem vindo à discussão, com grande fervor, a questão da saúde.
Os típicos partidos de esquerda insistem na manutenção de um SNS solitário. PSD e CDS, este último de forma mais clara, sugerem a colaboração do sector privado e social para diminuir as listas de espera e assim garantir a universalidade de acesso a cuidados de saúde.
Parece-me contudo que as propostas da direita merecem uma abordagem mais esclarecedora que até ao momento não foi feita. Desde logo porque tem ficado a ideia que essa complementaridade do sector social e privado é um mal menor, na medida em que pode resolver o problema das listas de espera, mas é mais cara e não oferece tanta qualidade.
Ora, esta ideia é errada em toda a sua extensão. Efectivamente, a oferta dos privados pode não ser mais cara e seguramente há privados que oferecem mais garantias de qualidade do que muitos públicos. Por um lado, veja-se quanto à competitividade dos preços praticados pelos privados a notícia que saiu no Expresso e que se referiu aqui. Por outro, temos um conjunto já considerável de unidades de saúde privadas que oferecem cuidados bastante diferenciados, como sejam, os hospitais Cuf e as recentes unidades dos Grupos HPP e Espírito Santo Saúde.
Assim, será sensato concluir que a participação dos privados e do sector social na saúde não é um mal menor, mas antes um caminho que pode trazer grandes vantagens, sobretudo aos beneficiários de cuidados de saúde.