Vale quase por uma campanha eleitoral
Vai para três semanas que por estranhos critérios de gestão empresarial o mais visto e o mais independente dos telejornais nacionais foi suspenso.
E habituámo-nos tão depressa, não foi?
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Vai para três semanas que por estranhos critérios de gestão empresarial o mais visto e o mais independente dos telejornais nacionais foi suspenso.
E habituámo-nos tão depressa, não foi?
Enquanto o militante Emídio Rangel esta manhã na TSF lamentava as reacções dos partidos da oposição à suspensão do referido noticiário declarando que estes “vivem bem neste esquema de intriga” a chorarem “lágrimas de crocodilo por ter terminado um espaço que violava leis, códigos, as regras do jornalismo” e que a TVI “há muito que desejava acabar com aquele espaço, que não honra o jornalismo” eu pensava para com os meus botões como seria preferível e bem mais honesto um posicionamento editorial explicito como o do Jornal Nacional, à pseudo-imparcialidade da generalidade dos media, coisa que afinal não passa de uma mera crendice.
Se o caso Manuela Moura Guedes tem a importância que tem, muito se deve à importância que lhe foi dada pelo próprio governo. Dona de uma tenacidade e uma independência pouco vistas no jornalismo que por cá se faz, o que a torna uma figura incontornável e até incómoda, acabou acusada de ser parte fundamental numa série de campanhas negras e peça fulcral na construção das mais diversas conspirações contra José Sócrates.
Acredito que o governo nada tenha a ver com o assunto. Mas quem vai colocando as mais diversas suspeitas sobre alguém que apenas decide fazer uso de um princípio base da democracia, o da liberdade de imprensa, não se pode agora queixar das suspeitas que lhe caem em cima quando essa figura e a sua liberdade são, aparentemente, postas em causa.
Num acto de "democrática" compensação à suspensão do Jornal Nacional, será que a direcção do Diário de Notícias vai suspender a colaboração da jornalista Fernanda Câncio?
É evidente que a suspensão do jornal nacional na véspera de ser exibida a nova peça não passa de uma (in)feliz coincidência.
Se outros convites não surgirem, fica desde já o desafio para que a o novo trabalho sobre o Freeport passe amanhã, à hora do jornal nacional, nos principais blogues.
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