Uma lei sonsinha
O próximo ano lectivo já vem com educação sexual. Finalmente! (desculpem o ponto de exclamação, saiu-me). Ao fim de décadas de avanços e recuos, de indecisões, de controvérsia, de ameaças, de comissões, de acordos com a sociedade civil e com outras sociedades, lá saiu a lei.
Num dia perdido de Agosto, é certo, mas saiu.
Fui ler.
Já li.
Análise: esta lei é uma lei, sonsinha, do tipo "lei-maria vai com todos". Não diz nada, mas pode ser tudo. É uma lei que se andasse no liceu tinha dois namorados ao mesmo tempo e uma vozinha típica de quem não parte um prato.
Ou seja, se o governo decidir que cabe a uma associação daquelas com bolinha determinar os conteúdos das aulas de educação sexual, a lei encolhe os ombros; mas se vier aí outro governo e decidir que deve ser uma associação de tementes a Deus quem define a matéria, a lei assobia para o ar como se não fosse nada com ela.
É uma lei gaja, portanto.
Conclusão: vou concorrer à associação de pais.