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Arquivo Rua Direita

Arquivo Rua Direita

21
Set09

Uma questão de educação

Carlos Martins

No UK discute-se onde poderá o Governo poupar nos custos para enfrentar o escalar da despesa pública, consequencia da crise financeira mundial.


 


Tanto trabalhistas como conservadores parecem ter concordado em cortar severamente nas despesas com a educação (apenas um dos campos onde o Governo irá cortar na despesa), nomeadamente no ensino superior, onde os student loans vao perder taxas bonificadas, as propinas aumentam e as bolsas diminuem. Só aqui, o UK espera poupar mais de 3 mil milhões de GBP.


 


Em Portugal discute-se onde e quanto mais se deve gastar.

18
Set09

Alerta máximo

João Távora

 


No entrecruzar de duas importantes eleições nacionais, o essencial da discussão vai submergindo à progressiva gritaria e às mais desconchavadas manobras de distracção e propaganda partidárias. Estão em jogo muitos e mesquinhos interesses dos respectivos aparelhos e assim sendo os fins justificam todos os meios. 


 


Enquanto isso o País, com mais de dois milhões de pobres e quinhentos mil desempregados caminha alegremente para o abismo:  adivinha-se que qualquer solução de governo que saia das próximas legislativas ao fim de uns meses estará sobre brasas, debaixo do fogo das oposições, do mal estar social, da artilharia pesada dos sindicatos e corporações. Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. 


 


Com a nossa economia fortemente estatizada e dirigida, a “crise financeira” em Portugal foi atenuada e serviu de tábua de salvação dum governo autoritário, sem soluções ou resultados. O facto é que a verdadeira crise portuguesa é estrutural, e para não perder popularidade nenhum partido a promete enfrentar: por agora o estado de coisas e a paz social só são possíveis com um enorme endividamento, uma pesada carga fiscal e um alto deficit orçamental.


 


Tudo isto incomportável a curto prazo. 


 


Se adicionarmos a este caldo a previsão da OCDE de que não iremos crescer mais do que 1,5% ao ano no próximo decénio, uma cifra que não dá para baixar o desemprego, talvez entendamos como se torna urgente uma profunda mudança de paradigmas na gestão da coisa pública. Só nos falta bater no fundo, porventura condição necessária para uma profunda mudança de mentalidades e politicas. Isto sim deveria ser o tema do debate. Para que não haja surpresas.


 

 

18
Set09

O real estado da nossa economia. Parte 3 de 3: Soluções

António Galvão Lucas

Como se combate então este estado de coisas e como se consegue revitalizar esta economia estruturalmente moribunda?


 


Numa escala mais macro e estrutural as respostas mais ou menos imediatas são: criar as condições para o aumento da competitividade das nossas empresas (principalmente as PMEs, que representam o grosso do mercado), atrair investimento (nacional ou estrangeiro) e aumentar as exportações. Hoje gostaria então de me focar apenas nalgumas possíveis soluções que podem ajudar a resolver os dois primeiros problemas e que, lendo (confesso que na diagonal) o programa eleitoral dos vários partidos, apenas no do CDS identifiquei “devida, desinteressada e descomprometidamente” explicadas:


 


1) Diminuir a carga fiscal (reduzir gradualmente e na medida do possível IVA, IRC e o IRS, de forma equitativa e equilibrada e extinguir, por exemplo, o pagamento especial por conta)


2) Agilização efectiva e real dos processos de reembolso MENSAL do IVA. A propósito deste tema diria que o que se assiste actualmente com centenas de empresas que, sendo credoras de IVA, são alvo de penhoras por dívidas ao fisco e à segurança social é absolutamente escandaloso e revoltante. Assim a compensação de créditos entre dívidas do Estado às empresas e dívidas das empresas à segurança social ou ao fisco é obviamente, e como muito bem o CDS afirma, uma prioridade;


3) Combate à verdadeira evasão fiscal: ter dificuldade em pagar não é um crime, caso contrário o Estado ao não reembolsar os contribuintes do IVA a que têm direito também seria criminoso. Verdadeiro combate à evasão fiscal é, por exemplo, ir atrás de quem não declara ou de quem utiliza offshores como forma de não cumprir o seu papel solidário e social.


4) Disponibilizar (dentro de critérios realistas) financiamento às PME’s para investimento e apoio de tesouraria. A este propósito destacaria 3 propostas do CDS que me parecem bem conseguidas e pertinentes: a. Criação de Linhas de Crédito focadas nas PMEs, sem condições “impossíveis” de acesso. Sublinhado especial para as empresas exportadoras e de sectores produtivos; b. Condição de preferência para as PMEs, nos fornecimentos do Estado até certo montante; c. Incentivos ao capital de risco e aos fundos de investimento em PMEs.


 


Outras soluções procurarei identificar e discutir convosco em próximas oportunidades. Fica pois aqui um primeiro (humilde e desinteressado) contributo pessoal com algumas ideias e opiniões sobre o que podemos fazer para ajudar o nosso país (desde logo no que respeita à sua economia) a mudar. Mudar para melhor, é claro.


 


Encontramo-nos certamente em breve e de novo aqui na rua direita. Até lá bom trabalho e boa reflexão (...pois importantes dias se aproximam!).

18
Set09

O real estado da nossa economia. Parte 2 de 3: Diagnóstico

António Galvão Lucas

(...) Vivemos actualmente é, à falta de mais feliz descrição, uma economia de “solidariedade entre as empresas” onde as mesmas se financiam umas ás outras, com uma (não)gestão de tesouraria altamente flexível e compreensiva,  face à total inexistência de alternativas de financiamento/apoio no mercado (completamente descapitalizado). Não falo do regresso a uma economia de troca de bens e serviços, mas estamos perante claramente uma economia de troca de “boa vontade e entreajuda”. E não há outra alternativa, senão vejamos:


 


- o mercado de capitais já nem para as grandes empresas é hoje (e por mais algum tempo, prevejo) uma alternativa “real e efectiva”,

- o crédito bancário não só é inacessível como, nas condições oferecidas (taxas e garantias colaterais), altamente indesejado,

- surgem algumas iniciativas ao nível das capitais de risco e private equity mas muito mais direccionadas para start ups do que (como é a maior necessidade em termos de mercado actualmente) processos de “turnaround” (i.e. recuperação por via de restruturação);

- e por ultimo, as linhas de apoio colocadas ao dispor das PME’s ou são inacessíveis à partida (pela definição de critérios de acessibilidade incumpriveis) ou por via da eternização e burocratização processual (creio que o SIMPLEX não chegou a todo o lado ainda!).

 

Neste cenário o que podemos esperar? Pois bem ainda ontém ficámos a saber, que só no ultimo ano em Portugal 50.000 empresas fecharam as portas (considerando que foram criadas 33.000 novas estamos a falar de um saldo de 17.000 de empresas a menos a laborar no nosso país). Deveras preocupante, embora nada surpreendente.
18
Set09

O real estado da nossa economia. Parte 1 de 3: Introdução

António Galvão Lucas

Em primeiro lugar gostaria de começar por pedir desculpas aos leitores do “Rua Direita” por apenas agora começar esta minha colaboração, com a qual me comprometi com convicção e prazer. Acontece que apenas agora me libertei de compromissos profissionais importantes e consumidores de 100% do meu tempo, tempo esse necessário para que o meu contributo nestas páginas possa trazer algum valor acrescentado.


 


Devo desde já avisar que, não apenas por formação (académica e profissional), mas porque sendo eu um dos muitos milhares de “pequenos empresários” (e centenas de “jovens empreendedores”) a lutar arduamente dia a dia num contexto de mercado amplamente adverso, sou obviamente mais sensível aos temas económicos e é sobre estes que focarei os meus posts.


 


Assim sendo e indo direito ao assunto (porque Portugal não tem mais tempo a perder) diria que a economia do nosso país real (ou a economia real do nosso país, como entenderem) vive neste momento, e acho sinceramente que sei do que falo, “ligado à máquina, com diagnóstico muito reservado e de morte anunciada”. Não gosto de meias palavras ou do politicamente correcto e julgo-me no direito de poder fazer este tipo de afirmações pois há mais de 7 anos que nada mais faço do que (numa escala modesta) criar postos de trabalho, contribuir para as receitas do estado e até (para a entrada de algumas receitas através da exportação de alguns serviços. (Cont.)

14
Set09

O fim de uma era (?) foi há um ano.

Carlos Martins

A falência da Lehman Bros. foi há um ano. Não vou certamente esquecer esse dia. Marcava o tombo de um dos gigantes dos mercados. Marcava o espírito de Wall St.


 


Depois disso, agravou-se a crise financeira que já se sabe, e alargou-se a discussão sobre qual o tamanho e espaço de intervenção optimo dos Estados. Um ano depois e já com algum distanciamento, é possível afirmar que só foi possível o total descontrolo da banca de investimento worwide porque a regulação do Estado facilitou e falhou. O mercado seguiu o seu caminho, bem e mal; ao Estado compete impedir - regulando - que o mercado ponha em risco o próprio Estado. O Estado falhou. Mas a esquerda aproveita-se para vincar a importancia do Estado, quiça num ultimo folego - canto do cisne? - marxista / keynesiano. O tempo provará (e provou) o contrário.


 


Ainda assim, deixo a pergunta (e a resposta, se me permitem): porque é que o Estado não interveio atempadamente? Talvez porque os gordos impostos que recolhia da banca satisfaziam toda a gente e enfraqueciam a regulação...afinal a culpa é dos bancos que naturalmente perseguem o lucro, ou dos Estados que nao zelaram pela segurança financeira dos seus contribuintes?

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