Quanto à liberdade de escolha e o veto
Sinceramente, toda esta questão é toda de um cinismo atroz. Ninguém quer muito saber as diferenças entre casamento e união de facto. Aliás, ninguém sabe muito bem as diferenças entre casamento e união de facto, excepto quem quer viver em conjunto com outra pessoa e faz algum planeamento fiscal, ou aqueles que vêem no Sacramento da Igreja algo que gostavam de ver replicado no civil.
Ora, se um casamento civil é ou não uma união de facto, desculpem lá, mas o que é que isso interessa? Não passam de designações jurídicas para acordos semelhantes com diferentes cláusulas e benefícios. E nesse caso, é o Estado a diferenciar o que é igual.
Depois o Casamento é um Sacramento religioso, não é um contrato com valor jurídico (embora tenha) entre duas partes. A cópia do nome é uma infeliz coincidência.
Por último, a parte mais cínica: a abertura ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Todos sabem que é sobre isto que se quer discutir e legislar, mas ninguém tem coragem de o fazer. Ora eu tenho. A homossexualidade choca os meus princípios e valores, mas longe de mim impedir que seja quem for a pratique. Se querem dar os mesmo direitos e deveres de uma união de facto, por mim tudo bem. Mas não confundam as coisas, não é um casamento. Mas pior que isso, ninguém pára para pensar na sociedade como um todo: o que ganhamos nós contribuintes por haver uniões de facto (hetero ou homossexuais)? Se atendermos que para a sociedade como um todo a vantagem de duas pessoas partilharem uma vida é essencialmente a criação de uma família e de substituição de gerações (e digo isto com a maior frieza e abstração de princípios morais possível), então unam-se de facto, mas benefícios fiscais é que não.
PS: eu, heteressexual, mas solteiro, sinto-me ostracizado, revoltado, penalizado, ultrajado e rejeitado pela sociedade e pela máquina fiscal. Exijo uma legislação que defenda os meus direitos e elimine o preconceito de ser solteiro!