Comércio Internacional
A teoria económia de comércio internacional tem duas ramificações importantes actualmente.
A primeira (e mais antiga) sugere que há vantagens comparativas entre os países, que será daí que surgirá a afectação dos recursos e meios de produção. (que tipo de produtos a exportar, de produção de capital intensivo ou mão-de-obra intensivo...)
A segunda segue a perspectiva das economias de escala, onde não havendo padrão de trocas pré-definido por vantagens comparativas, há a ideia de que poder-se-á melhorar a riqueza em relação a uma situação de autarcia através do aumento da produção de um determinado bem em que o custo de produção é mais que proporcionalmente decrescente.
Há portanto, duas correntes diferentes que sugerem que há ganhos em sair de uma situação de autarcia e abrir ao comércio internacional (com ou sem barreiras).
No primeiro caso, mais liberal, que começou em David Ricardo, os ganhos baseiam-se nas diferenças relativas de meios de produção, avanços tecnológicos e dimensão das economias.
No segundo caso, ainda assim também liberal, apresentado pelo agora Nobel, Paul Krugman (que curiosamente não é propriamente conhecido pelas suas posições a favor do capitalismo no seu estado mais puro... ), defende que é através das economias de escala e na diferenciação que os ganhos no comércio internacional podem surgir. Em nenhum caso sugere o proteccionismo como solução.
O proteccionismo é como a ilusão monetária (ou qualquer substância alucinogénica), tem um efeito positivo curto prazo e perverso (e muito negativo) no longo. Dá ilusão de riqueza interna, quando de facto há empobrecimento relativo ao exterior (compra-se os bens mais caros que seria possível e há gastos públicos para subsidiar a produção, o que provoca desvalorização da moeda e/ou perda de competitividade). Há uma afectação sub-optima dos recursos. E, por último, há a retaliação do exterior, o que no caso de uma pequena economia (supostamente) aberta como a nossa seria devastador para a produção interna.
A balança comercial ser deficitária, per se, não é um problema; a incapacidade de ser competitivo sim... Ou seja, o problema está essencialmente em Portugal não conseguir ser competitivo, e isto não se resolve com subsídios, resolve-se com políticas de incentivos abrangentes que premeiem os melhores e acabe com os ineficientes.