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Arquivo Rua Direita

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21
Ago09

Subsídios e Inovação: Mais uma Resposta

Tomás Belchior

O Hugo Mendes, criticando o meu conhecimento "elementar" sobre inovação, faz uma série de observações que demonstram bem a diferença entre a visão socialista da inovação, e das políticas públicas em geral, e a minha.



O Hugo compara as políticas de inovação das empresas com as do Estado dizendo "que a inovação tenha associada um grau elevado de incerteza não traz problemas particulares acrescentados ao investimento público." Pode não trazer problemas ao investimento público, mas traz problemas ao público. Quando as empresas apostam numa qualquer inovação, tanto os custos como os ganhos dessa inovação são seus. Quando o Estado "aposta" numa qualquer inovação, os custos são de todos e os ganhos são maioritariamente dos que desenvolvem essa inovação. Ou seja, os subsídios são um imposto altamente regressivo. Penso que não é propriamente essa a ideia de redistribuição que o Hugo defende.



Quanto às externalidades do investimento público em inovação, como o Hugo diz, "há imensos instrumentos para concretizar isto. As tarifas e os subsídios são apenas os mais óbvios". As tarifas e os subsídios podem ser os mais óbvios, mas são sobretudo os mais ineficientes. Porquê? Porque ao contrário do que o Hugo diz, não conferem vantagens competitivas às empresas do país. Conferem vantagens competitivas a algumas empresas do país em detrimento de todas as outras. O proteccionismo faz com que os recursos de um país sejam utilizados de maneira pouco eficiente, reduzindo a produtividade e o crescimento.


 

2 comentários

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    Tomás Belchior 21.08.2009

    Hugo,

    Para um tipo que não gosta que eu fale de cátedra, sacar do Myrdal não está mal. Prefiro nem entrar por aí porque esta coisa dos economistas é como as análises custo/benefício: há para todos os gostos, sempre dentro do maior rigor científico. Acho que por aí nunca mais chegávamos a lado nenhum. Isto já para não falar que me ias obrigar a ir buscar os tais manuais que tanto desprezas. :)

    Nesta coisa do imposto vs. incentivo, eu posso estar a ser estático mas tu estás a ser parcial. O meu discurso todo é precisamente baseado na necessidade de crescimento, quando me dizes que os subsídios ajudam o crescimento, eu só te posso responder que há outras instrumentos melhores para o fazer. São é na sua maioria "passivos" daí perceber a tua aversão.

    No que diz respeito à história económica, também te poderia mostrar uns dados que estava a ler no outro dia sobre a relação entre o crescimento e a despesa pública nos países da OCDE, salvo o erro, entre os anos 50 e os anos 90, onde era evidente a relação inversa entre os dois.

    Mais uma vez, com os mesmos dados temos leituras diversas: tu vez uma relação de causalidade entre proteccionismo e crescimento, eu vejo potencial desperdiçado. Aliás, até te posso fazer a mesma pergunta que fiz ao João, porque realmente intriga-me essa visão: como é que tu distingues proteccionismo (que acho que consideras mau) de uma política pública de requalificação?
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