Transcrevo aqui parte do artigo de opinião que Miguel Anacoreta Correia - militante do CDS desde a primeira hora - escreveu hoje no "i" e que eu próprio gostaria de ter escrito. Peço desculpa ao autor pela reprodução quase integral do texto:
"(...) Votarei, fundamentalmente, porque continuo a conhecer no CDS os valores essenciais que podem unir os democrata-cristãos, os conservadores e certos liberais pela matriz personalista da política. Votarei CDS também porque estando em divergência com o dr. Paulo Portas em questões da vida interna do partido, não se devem confundir as coisas. Não é de questões de família que agora se trata. Esta é a hora de reforçar o peso da nossa força política. Acrescem razões que não posso deixar de referir. Também muito importantes. Paulo Portas foi, de longe, o candidato que se apresentou mais bem preparado nos debates. As suas intervenções e propostas foram moderadas. Não entram no domínio dos choques pessoais. Tem conseguido elevação na campanha. Apenas uma nota: acho que deve limar o seu oportuno discurso sobre as prestações sociais corruptoras de consciências. A posição deve ser inequívoca e repetida para que não restem dúvidas de que não são as prestações sociais em si, é o princípio, que está em causa. O que está errado é que, na aplicação governamental, a componente assistencial apaga e dilui a da reinserção (para nós a fundamental) e o que nós queremos é que deixe de haver pobres e não apenas pobres assistidos, inertes, sem perspectiva mas votantes. Queremos mais do que o mero assistencialismo. E essa mensagem não chegou clara e as cenas de rua (algumas bem ensaiadas) provam-no... Diariamente assistimos a novos episódios de uma luta política, em que os casos ultrapassaram as ideias e as soluções. A ausência da política feita pelos políticos está a dar lugar à política dos assessores. É mau. Por isso, repito, votarei em quem se apresentou mais bem preparado e estudou com realismo as suas propostas."