O pecado mora ao lado
À saída do debate, Paulo Portas voltou a repetir, reafirmando que se tratava de uma repetição, o que já tinha dito outras vezes, nomeadamente na entrevista a Judite de Sousa ou na entrevista ao i: Eu acho que a página de José Sócrates tem de ser virada.
Apesar disso, o meu amigo André Abrantes Amaral vê, na afirmação de Paulo Portas de que não gosta de maiorias absolutas de um só partido (já agora, pode o presidente do CDS alguma vez delas gostar no actual sistema partidário português?) uma porta para uma coligação com o PS. E alerta o eleitorado de direita para a possibilidade de o CDS vir a ser o parceiro governamental do PS.
Mas o eleitorado de direita que acredita que é mesmo preciso virar a página da governação de José Sócrates é capaz de estar bem mais preocupado ao ver o Vice-Presidente do PSD, e coordenador do Programa Eleitoral dos sociais democratas, admitir o Bloco Central, ou ao ver João de Deus Pinheiro dizer que o Bloco Central seria muito benéfico.
O eleitorado de direita que acredita que é mesmo preciso virar a página da governação de José Sócrates é capaz de estar bem mais preocupado com as lições que Cavaco Silva diz ter recebido sobre o bloco central na Áustria.
O eleitorado de direita que acredita que é mesmo preciso virar a página da governação de José Sócrates é capaz de estar bem mais preocupado com os elogios de Pina Moura e de Henrique Neto ao Programa do PSD.
Enfim, o eleitorado de direita que acredita que é mesmo preciso virar a página da governação de José Sócrates é capaz de não estar a perceber como é que um governo tão mau pode afinal ser assim-assim se tiver o muito benéfico braço dado dos sociais democratas.