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Jul09
Duas formas de encarar a natalidade
Adolfo Mesquita Nunes
O CDS quererá mais, mas, aparentemente, não quer diferente do que é feito pelo Governo PS, diz o João Galamba no Simplex a propósito das políticas de incentivo à natalidade. Mas a verdade é que o próprio post do João contém as pistas que contradizem essa conclusão.
É que não basta descartar, por eleitoralista, a proposta apresentada pelo PS de dar 200 euros por cada rebento como faz o João. Na verdade, a atribuição dos 200 euros configura uma forma socialista (e é natural que assim seja, já que o partido é socialista) de encarar as soluções para o problema da natalidade. E isso não é um pequeno pormenor que possa ser arrumado na gaveta das medidas eleitoralistas. É eleitoralista sim. E é socialista também.
Esta diferença de concepções oferece duas alternativas distintas. De um lado, as medidas de apoio directo à natalidade como veículo privilegiado de acção, que é o lado socialista. De outro, eliminação de todas as discriminações negativas que afectam a família e que a impedem de, em liberdade, escolher ter um filho ou não, que é o nosso lado. E que por isso nos oferecem diferentes concepções do que deve ser a intervenção estadual neste campo. E aí estamos em lugar distinto do lugar do PS.
Nesta Rua mora uma verdadeira alternativa à forma socialista de encarar esta questão, com que pode ou não concordar-se. Mas nenhum dos autores da Rua Direita parece interessado em inscrever-se num qualquer bloco central em que discursos diferentes servem para dizer a mesma coisa. E quando concordamos com o PS, dizemos sem complexos.