18
Set09
O real estado da nossa economia. Parte 2 de 3: Diagnóstico
António Galvão Lucas
(...) Vivemos actualmente é, à falta de mais feliz descrição, uma economia de “solidariedade entre as empresas” onde as mesmas se financiam umas ás outras, com uma (não)gestão de tesouraria altamente flexível e compreensiva, face à total inexistência de alternativas de financiamento/apoio no mercado (completamente descapitalizado). Não falo do regresso a uma economia de troca de bens e serviços, mas estamos perante claramente uma economia de troca de “boa vontade e entreajuda”. E não há outra alternativa, senão vejamos:
- o mercado de capitais já nem para as grandes empresas é hoje (e por mais algum tempo, prevejo) uma alternativa “real e efectiva”,
- o crédito bancário não só é inacessível como, nas condições oferecidas (taxas e garantias colaterais), altamente indesejado,
- surgem algumas iniciativas ao nível das capitais de risco e private equity mas muito mais direccionadas para start ups do que (como é a maior necessidade em termos de mercado actualmente) processos de “turnaround” (i.e. recuperação por via de restruturação);
- e por ultimo, as linhas de apoio colocadas ao dispor das PME’s ou são inacessíveis à partida (pela definição de critérios de acessibilidade incumpriveis) ou por via da eternização e burocratização processual (creio que o SIMPLEX não chegou a todo o lado ainda!).
Neste cenário o que podemos esperar? Pois bem ainda ontém ficámos a saber, que só no ultimo ano em Portugal 50.000 empresas fecharam as portas (considerando que foram criadas 33.000 novas estamos a falar de um saldo de 17.000 de empresas a menos a laborar no nosso país). Deveras preocupante, embora nada surpreendente.